terça-feira, 31 de julho de 2007

O Amor

Quanto de mim tem em você
E quanto de você me pertence;
Não basta somente te querer
É preciso "ver" se ele convence,

Esse amor que há de entender.
Amor, que só é amor se vence
Os olhos que não se põe a ver
O tudo que há, quando têm-se

De ambos, qualidades, defeitos...
Depositada seja então a confiança
Para o início do que é o respeito,

Em a troca mútua de as alianças
Onde o espelho reflete o peito,
E o coração é valsa, amor e dança...

André Ricardo Marques de Souza

Ainda Acredito

Que há de mais belo no mundo que a vida;
Que o amor desmedido e a saudade minha
De tudo aquilo que foi e i'nda me é querido.
E, certo de que não me ei de sentir sozinho,

Ponho a me colocar nessas, as vindas e idas,
Permeio do eu mesmo, sendo o que eu tinha,
Não, o esboço de a poesia que não fora lida,
Mas, o presente nas asas de uma andorinha

Qualquer que me faça livre e me dê liberdade,
A de voar para onde quer que possa acreditar,
E não me enganar com o que não for de verdade

A crítica em mim. O ideologismo do meu lar.
E discutir comigo isso não há quem há-de,
Pois só eu sei o bater das asas desse meu ar!

André Ricardo Marques de Souza

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Ideal

Tu és o ideal e queria, e eu sei, assim sê-lo.
Idealismo ou realidade... Não me faz mal ou bem.
Falas e'eu escuto. E talvés, eu nunca possa tê-lo.
É como se me disseste, às noites, que tu vens.

Há que se ter conforto em a tua ausência,
Esse que coube em mim e o porquê do pesar
É esse ideal não ser ou estar... Sua aparência!...
Lamento por ainda não ter aprendido a amar.

Ora, se pudesse te diria: Que há em a minha "face"?
Dirías-me: Solidão?... Ou desejo?... Ou vaidade?...
Ou meu íntimo vazio e completo que logo lhe passe?

Minhas madrugadas insones... E me eis a vontade!
A esperar - O sinal - o domínio desse meu impasse,
Meu ideal, que demora e aumenta a minha saudade...

André Ricardo Marques de Souza

segunda-feira, 23 de julho de 2007

És, a Quimera

És a flor, a que não se dá no verão;
A poesia escrita em pena e com tinteiro;
Transcrito seja o teu corpo e o coração,
A bela obra idealizada um dia inteiro...

Nada do que és, assim o és e em vão;
És farta de amor pra dar e companheira,
E amiga nas palavras... O silêncio são!...
És, o que é incompleto todavia inteira.

O que são os conceitos quando se ama?
E és essa chama que acende as velas
Ao jantar onde se dá a conhecer a dama

Que hoje são raras e, como quiseram elas
Ser esse romance que és e não o drama
De não se sentir mulher. És, a quimera...

André Ricardo Marques de Souza

Você

Você é o sorriso de a minha infância
E nunca me deixou derramar lágrimas
Que não fossem quando em distância,
Que não fossem as passadas páginas,

Dessa minha, a incasável, lembrança
De você, sonho e recôndito da mágica
Onde só se chega repleto de esperança,
E é disto que me alimento, tua sátira

Que censura os defeitos e vícios meus
E que me "aplaude" sem palavras dizer
N'um olhar que nem poderia o saber eu

Senão pela certeza de tão bem conhecer
Facetar o que dizem os corpos e o teu,
Sendo onde se é... Ou, vive e faz viver!

André Ricardo Mraques de Souza

sábado, 21 de julho de 2007

Esperança

Sejas o universo de uma criança
E o sorriso daquele mesmo palhaço
Que, juntos, em sincronia, dançam
Nos dois corpos do mesmo espaço.

A fragilidade que não se cansa,
Na humildade, ambos, nos passos
Do que se explica na fala mansa
De ser a resposta hoje escassa

Para as perguntas que são várias,
E algumas mesmo até hilárias
Como: Como é feliz essa criança

E eu vivo de toda uma esperança?
Tudo que existe não é o que se sente
Mas o é, com certeza, e não mente!

André Ricardo Marques de Souza

Arte

Que sanidade existe na arte?
Eu, que sou normal como se diz,
Mas que dela, eu, faço parte,
Peça por peça... Isso! Eu me fiz!

Nada, sou louco, o que esparge
A alegria e tristeza, numa cicatriz
De nome "Passado" e que vez arde,
Vez não... E'eu feliz tão quão infeliz.

Na mesma mão, a minha, a obrar
A loucura que olho não há de enxergar,
Mas que a transcende na mente,

Como a arte, a que ela se não sente
Mas que dantesca, como lírico o poeta,
Tão louca quanto nós é... Ali, quieta!

André Ricardo Marques de Souza

Sem Sentido

Eu não percebi que existia aqui e agora!
Que não era uma fraude, questão perdida...
E sem saber de nada do que ocorre na vida
Tinha me perdido e me posto a ir embora...

Que sentido haveria de ter a ser, outrora?
A vida, a que não se viveu, entorpecida
Pela dúvida, ou, a que deveria ser vivida?
Não respondo perguntas por elas imploro!

E quando, de súbito me encontro, esquecido,
É porque me dizem que o que me era temido,
Criança nenhuma no mundo que seja concebe.

Mas eu não entendo o sentido de viver, percebe?
É exatamente como as coisas são; tem que ser,
Mesmo me deixando não ser; e em vida, morrer!

André Ricardo Marques de Souza