segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Promessa

Como se diz para alguém que tanto se quer
Que este alguém se não vá embora de perto
De nós e que de importante mesmo, mulher,
Só esta que de súbito surgiu?... De certo

Há de me dizer que amanhã é tarde demais
E que muitos outros cavalheiros podem ser
Tudo aquilo que posso ser e não fui atrás,
E que esta é a dama que os olhos pude ver.

Eu tenho uma chance, chance de ser feliz,
Ter uma garota como àquela que'eu quis
Com muitos predicados, e defeitos também,

Ora que digam-me quem não os têm também!
Mas de hoje não passa, eis aqui a poesia,
Promessa sagrada para o meu amor, um dia.

André Ricardo Marques de Souza

domingo, 18 de outubro de 2009

Essa coisa que somos nós

Essa coisa é uma coisa e outra coisa...
Tem várias formas possíveis e às vezes essas formas são invisíveis...
Mas, como pode?.. Ser essa coisa que eclode de dentro mim
E não ter exatamente um nome... Há o que a defina,
Como tento fazer, mas, não sei se exatamente eu poderia
Dar à essa coisa que é em mim e sou eu algo que venha à tona...
É mais de um, várias personas... É o mito que não descuto,
O grito do silêncio mudo, mas, que tanta coisa diz...

Diz-me que eu vá por ali e quando vejo estou lá e ali é lá
E essa coisa permanece sendo Eu... Ou, o que não seria meu também o é...
É o meio e tanta vez me quer, outras não, como se eu
Às vezes não existisse, dormindo acordado no cerne do processo latente
Ao passo de que mesmo inconsciente, ainda é alguma coisa que me define...
Mas um nome?... Ora que não teria, ou, será que haveria,
Eu de dar esse nome?...

Não, eu não sei que nome posso ou devo ou quero dar...
Sei que essa coisa está lá e que sou eu e que não tem nome...
É luz e é Dia, Estrela e Sol, Verdade e mentira...
Mais ou menos um paradoxo que grita o oposto do que alguém pensa ser a verdade... Mas não que dessa vez a verdade seja outra coisa que não ela mesma...
Mas, estou certo, não há quem seja o que eu sou, ninguém é, aliás...
Cada qual sendo o que se leva a gente e se trás para que possamos,
Quem sabe nos entendermos...

Se eu aposto em mim mesmo diria que essa coisa
Que está lá e que me compõe e que me define é um ou outro nome
E que se não apostar por insegurança eu mostro que em mim, o que é,
Não poderia deixar de ser e se chamar André...
A certeza não deve estar presenta no que sempre me pareceu incerto
E é talvez somente isso, um mixto de muita coisa de pouco
E pouca coisa de muito... Eu, sou André...
Mas também poderia ser tudo isso que simplesmente é...

André Ricardo Marques de Souza

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Confesso

Confesso que eu me perdi,
Que já nem sei quem sou
Que tudo que'eu aprendi
De nada vale... Nada restou.

Confesso que se eu sorri
Veio uma lágrima e jorrou
De meus olhos: - Sobrevivi?
Questionei. Ninguém falou

E confessei-me que'existo
Onde tudo aqui se conhece,
E eu não sei se instisto

Em dizer mais nada, esquece!
É apenas uma idéia evocada.
Daqui nada se leva... Nada!

André Ricardo Marques de Souza

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A menina

Se previne do Sol, a pequena menina,
Bronzeada na praia lá perto de casa.
Não é dessas de as diversas esquinas,
O requinte no andar, vai e traspassa

Com jeito e postura, de menina fina.
Quiça namorado tenha, muitos a caça,
E ponho-me a pensar: Será, minha sina?
Compôr a mulher que vem e que passa,

Essa, da tinta e da arte que minha?
Não sei juro. Vou portar-me na linha,
Pois quem sabe um dia, nas estradas

Da vida, sim, do arrebol à alvorada,
Eu possa dizer pra ninguém esquecer:
Conheci quem eu tanto quis conhecer.

André Ricardo Marques de Souza

Intersubjetividade

Pensei no poder haver diálogo verdadeiro.
Mas a nossa consciência, ela transcende,
E vem e volta, interroga e nega, entende
O fenômeno no evento, e o faz por inteiro,

Mas sem sucesso, e insiste, e ele arteiro,
O interlocutor nosso, vem e nos supreende.
Há uma intenção, ora, que não independe
Da razão, vez que se conhece por inteiro...

E Queremos nosso afã de um Ser efetivo
Bastando-nos o que nos apresenta em objetivo
Sem perceber que o que há é a subjetividade,

Mas acima desta, que permite-nos o diálogo,
Que por muita e tanta vez nos é análogo,
Sincero à carnalidade é a intersubjetividade.

André Ricardo Marques de Souza

O Homem é o que é

Não, eu não posso,
E não devo ficar calado.

Pois eu sei o que é vosso.
Sei o que te pertence,
E o que de ti, é parte.

Se tu não vences
É porque nada sabes, destarte,
Há que saber por este
Que , por hora, vos fala.

É de meu interesse
Que'eu possa vir à chamá-lo
E dizer-te: Não cala!

És bem mais do que és.
O ser humano é por Natureza
A certeza e a incerteza
Externada pela viés

Do condicionamento, e até
Que ele conheça a si mesmo,
Ele é o que é e não sabe que é

Anda por aí a esmo
Sem noção do quanto pode,
E vez em quando explode

E desapercebe que é nessa hora
que o instinto e a emoção
Sobrepõe o artifício da razão...

E então, ele se prosta e chora.
Há que se conhecer, penso,
Para que no devir,

Não possa chorar, mas sorrir...

André Ricardo Marques de Souza

Enfim

Eu vou tentar ser cada vez melhor.
Vou tentar pensar mais em nós dois
E não permitir que nada de pior
Seja mais importante do que sois,

Porque és tudo para mim, e depois,
Não penso que exista mais ninguém
Que me complete e me deseje, pois
É assim que se portas. Ora, meu bem

Posso não ser a melhor das pessoas,
E quem sabe não te fazer rir a tôa,
Mas o que'eu sinto, é verdadeiro,

É o meu ser o sendo por inteiro.
Nada que de fato não pertença a mim,
Nada que deixei de ser, mas, enfim...

André Ricardo Marques de Souza

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Vinho Tinto

Sobre o papel e em cada linha,
E falava do que eu sinto,
E o do que eu percebo...

Cor vinho tinto.
E como eu tive medo

Medo de acordar todos os dias
E ver que ali, no papel, não haveria
Mais os versos da poesia

Que dedico sempre à alguem,
Àqueles que eu cativo...

Quiça, venha a ser um livro,
Talvez, nada e nem para ninguém
Mas tão e somente a vontade
De se expressar de verdade

Sem que para isso
Eu tenha o compromisso
De agradar ou desagradar meus bens...

Ahh! As pessoas, coisas, o Universo.
Tudo cabe nestes meus versos.
Insitam a resenha dos fatos.

E não podem ser uma ideologia
Qualquer, mas, deixar rastros
Para que venham a ter um sentido
E, mormente, a idiosincrasia,
Externada do que se possa ter lido...

André Ricardo Marques de Souza