sábado, 28 de março de 2009

O único

Sempre que olhares
Para trás, eu estarei
Bem no centro da psique tua,
Tresloucada,
Tal qual de todos.

Mas não serei eu
Tão e somente mais um,
Mas o único a velaro teu sono, teus sonhos...
E na aurora a espera
De mais uma lida.

Se isso não for vida
Ou paixão que já nei sei
Mesmo assim inventarei
Uma forma de alcançar o amor.
Teu...

A saudade intensa tua
Na angustia da ausência,
É a caricatura do carente
Que de pouco em pouco sente
Que dentro da mente tua
Reside, artista...

André Ricardo Marques de Souza

domingo, 15 de março de 2009

As aparentes aparências

Eu me não mostro na realidade, o que é real,
Sou uma gama de másacaras que não eu.
Mas o sonho de vir a ser eu mesmo é tal
Que só a mim pertence se completa, é meu!

Não há quem possa deixar de ser o que é.
Os olhos, o corpo e o que é nosso, entrega
O que somos, armados porque assim se quer,
E é essa defesa, normal, que incita a queda.

Nas profundezas das quimeras asprendemos
O quão e tão pouco de nós mesmos sabemos
Mas o objetivo é sempre aquele de conquistar

O possível e o impossível em a nossa solidão
Interior, o que parce, desparece e é então
Que o que nos completa e ao ser, é amar...

André Ricardo Mraques de Souza

sábado, 14 de março de 2009

A princesa e o lago

Aqui desse lado, desse lago
Eu sei que eu pude te sentir
Não sei se este foi meu fardo
Nem se por ele sofro ou sofri,

Mas sei do outro lado do mundo
Onde se esconde meu grande amor,
Não haverão versos tão profundos
Como é o lago, o céu e sua cor

Pele suave, e sorriso singelo,
As mãos quentes e húmidas, o belo,
Que eu não pude vir a conhecer

E tampouco e sequer entender
A princesa que tanto quis um dia
Que fosse minha, ninguém mais teria.

André Ricardo Marques de Souza

sábado, 7 de março de 2009

Eu comigo mesmo

Cada guerra tem seu preço,
Cada qual, seu endereço,
A do homem, o começo.

Cada efeito é sua causa.
Quem sou eu? Eu não esqueço!

Sou a mosca e a formiga.
Do intestino, sou lombriga,

O espaço já sem tempo,
Cada instante dos momentos
Onde sou a minha vida!

Quem não vive em convenção?

Alimento-me de feridas.
Nessa minha ida e vinda
Pois que sou, proposição...

De vício e o recomeço
Da lógica à oração!

Eu amo paradoxos!
Porque assim me não esqueço:
Sou humano, Ser humano
A querer viver do engano.

Eis o subterfúgio, o plano...

André Ricardo Marques de Souza

quinta-feira, 5 de março de 2009

Você e eu

Quando o mar se encontra em calmaria
A lua repousa plena e no Universo
E eu não sei de que de mim seria
Se por algum motivo estivesse submerso

Sem ter o ar pra respirar, quem diria
À tu que eu era o sol e não o inverso,
Da palavra muda que nada diz, agonia
De sentir-se astro, o rei disperso

Nos momentos certos, saberas quem sou,
De onde venho e, contigo, para onde vou.
Não nego-lhe o julgamento da imperfeição

Da natureza, mas quando olhares então
Para o céu, não entendas o que se perdeu,
Mas, perceba que é nele que estarei eu...

André Ricardo Marques de Souza