quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Consequência

Quiça fossem eles menores, inferiores
E toda a sorte que me permitisse ser Rei!
Rei sem reino, sem corôa, sem cetro,
Sem trono, sem povo, sem nada.

Melhor seria dizer ao vento que me não
Negasse em tempo ao menos o eco de meu silêncio...
O que nada diz, senão desdizendo tudo aquilo
Que eu quis! Uma rainha! Não, as mulheres sabem
Como fazer de Homens projetos pois são
Mais sensíveis e nós suceptíveis; nós não, eu,
Pois não vejo sequer um espelho nessa terra
De ninguém que sou eu...

Não há sequer animais para que eu possa
Bajular ou adornar, aliás, à mim me falta a capa;
Sou e estou completamente desnudo
Aqui, onde eu nem sei quem sou. Fruto!
Eu hei que Me alimentar embora não haja a
Colheita porque não há árvore ou planta alguma
Que seja e nem mesmo única seja a raiz...

Pois é!...
Assim eu cresci na amplitude do deserto.
Esse deserto em que eu me encontro.
Estéril... De certo, sim, eu sei...
Não me sobrou mais, absolutamente, Nada!

André Ricardo Marques de Souza

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O Tempo

Anteontem eu quisera
Que fosse hoje,
E hoje nada tem de ontem...
Que será de amanhã?
Quando criança eu soube
Que quando maior
As "rédeas" somem.
Crescido eu me vejo
Em febre terçã;
E o tempo me trouxe,
Agora já homem,
A súbita dúvida
De depois de amanhã...

André Ricardo Marques de Souza

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Conveções da Realidade

Não há como
Pôr os pés
Onde não há chão;
E olha que sei bem
O quanto sonhar é bom!
Mas a "vista" enxerga
Através da intuição.
É quando se reflete
E n'um estado de erupção
Completamente nos revela,
E adere, e repele...
Assim, as coisas como são.

Súbita é a noite... Muda,
Onde repousa a mente desnuda
E de pronto!... A imaginação,
A paz de espírito,
Vício capaz de nos guiar
A imparidade do "princípio";
Pudica, desejada...
Em conteúdo, sobretudo, rica,
Contudo pobre
Em sua distante jornada.

E a realidade nos mostra
Os rios esmagados
Pelas suas próprias encostas.
Limita os "horizontes",
E a fronte não é mais a mesma,
E sonhar ou é "luxo" ou "fraqueza".

André Ricardo Marques de Souza

Liberdade de Voar

Percorria o caminho
A procurar pelas aves
Ou mesmo seus ninhos...
Procurava o gosto
Da terra na boca,
O rosto dos filhos...
Se tão pouca
É a brisa dos ares
Há de haver algo mais!

Queria mesmo era voar
A liberdade dos animais,
E não mais rastejar.
Sentir as "etnias",
Os outros lugares,
Ávido por novos dias,
E distante daqui...

André Ricardo Marques de Souza

Muito Obrigado

Muito obrigado pela sua atenção...
E por seres como és, assim,
Desconhecido teu dom...
Harmonia, composição;
Por saberes unir as pessoas
E por fazer-me querer-te
Como tanto querem-te
Essa tua gente tão boa...

Obrigado por seres especial
E por tanto fazer-me ver
Que ainda existem os seres
Que nada, nada tem de mau...
Obrigado pelas tuas mãos,
Pelos teus olhos, e coração...
E por toda tua fragilidade
Imposta em tua imensidão...

Muito obrigado,
Sejas para sempre assim,
Pois apesar de não depender dos artistas
Ou depender de outrém ou de mim,
A certeza de que serás sempre assim,
Tão querida e fácil de se querer,
Pois não há olhos que não queiram lhe ver,
Faz de mim e todos aqueles que te rodeiam
Um abraço que é "família unida" e que,
De tão grande que é... Não tem fim!...

André Ricardo Marques de Souza