segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Conflito

Conflitos espirituais?
Amores velados
Do parto esgotado
Por nada?
Nada que não seja
O Belo... Nada mais?

A razão do conflito
É a catarse no grito.
É o dito pelo não dito
Sem ao menos saber
Disso tudo o porquê...

Não olhar à dentro de si.
Nem sorrir, nem chorar.
Ora, é nada sentir.
E sentir é razão?
Irracional conclusão?

Não!

É não entender
Que a vida nos ensina.
Que se há que perceber:
A razão não é rotina.

É a cautela do aprendiz,
A frieza da matéria.
Relação recíproca, séria
Do que se muito não diz...
E nem tudo é cultura!

Não te espanta.
O mundo que desencanta,
Sejam as guerras e as santas,
Seja uma árvore derrubada
Ou alguém que morre
Ou deixa de viver...

É como o fluxo das águas,
Que contornam e correm...
Nada há que conter!

A essência é um conflito
Uma moldura, e pura arte.
Que não se entende parte,
E então eu digo: Fico!
E tenho outro filho...

O risco d'outra gravidez.
E'encaro a realidade
Da Natureza na alteridade,
Para quem sabe desta vez,
Ver-me tão bêbado
E saber o que eu sinto

E que sou parte do enredo
Natural do conflito e do grito
Para não morrer, vivo!

André Ricardo Marques de Souza

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Diálogo

Eu sei que há que se ter paciência
Porque o fenômeno é perfeito em essência
E eu não sou este, sou o sujeito da ação

Móbil que deseja e desempenha função
Agente que é e esperando na reação
Interrogar em cada questão a aparência,
E negar o que é e o que não é, resistência...

Que pode ser melhor que o diálogo em si?

Será que diante a perspectiva do que vi
Subjetiva no meu ego que tanta coisa não sabe
Sobre o meio em que vive, ora, bem aqui

Na realidade que se traveste de verdade
Para ser o que não é, absoluta, mas se trasmuda

E quando se apercebe que'esta não é muda
E que na dialética que sempre existe,
Pode se entender a sinceridade em riste
Apontando o olhar clínico e sem muita ajuda

Entendemo-nos autênticos, transformadores...

Nos percemos como seres em construção,
Inacabados, onde si mesmo é uma constante...

André Ricardo Marques de Souza

Helando

Hercúlea é a força do corpo
Em que pese o espírito também.
Lendo-nos nos olhos do além
Aonde pouco se vê... conforto!
Nessa, a estrada de a vida
D'onde louco tudo o é, pouco,
O trágico Homem sempre ouvida...

André Ricardo Marques de Souza

Felizes para sempre

Então você voltou para mim,
Ora, como se pudesse se afastar...
E não porque eu sou assim
Mas pelo brilho que tens no olhar!

E se confesso-me então e afim
É porque sei que de bem de lá
De onde esperei por ti, sim,
Você me pensava e a lembrar


De tudo que nós vivemos juntos
E esse é o nosso assunto,
Lembranças passadas e projetos

De um futuro não mais é incerto,
Onde mostraremos À essa gente
Que seremos felizes para sempre...

André Ricardo Marques de Souza

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Naturalmente

Décadas e décadas
Não, não são o bastante
Para que elas não estejam
No mínimo repletas

De nossos instantes,
Onde todos eles sejam

Os dias, os mais lindos
De toda a nossa vida;
Onde tudo que é bem vindo

É a forma da Natureza...

Os pássaros cantam,
As flores, como são tantas!
Sim, eu tenho certeza,
Nós somos, toda essa beleza,

De rios, lagoas e mares
Dessa brisa e desse vento gelado
Voando e se aventurando
Por aí pelos ares...

Presente, devir e passado,
O tempo e o espaço por vezes parados

E nós estaremos por aí,
Ora, quem sabe quem somos nós?
Quem sabe a hora de partir?...

André Ricardo Marques de Souza

Sem palavras

Eu já não sei mas com quem falo
Sobre essa nossa paixão, eu e você,
Essa nossa abstração do diálogo
Onde o que mais se quer é se querer...

Não sei por onde começo, se me calo,
Porque na prática não há o que dizer,
Corpos suados, sabor apurado, faro,
Sentidos vários; Não há de entender

Quem procurar saber por qualquer
Lugar que seja pois que não é a mulher
A que tenho para mim que me pertence

Que me olha, chama, toca e me sente
Quando estamos sozinhos em o leito...
Não... Eu nema sei o que dizer direito.

André Ricardo Marques de Souza

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Promessa

Como se diz para alguém que tanto se quer
Que este alguém se não vá embora de perto
De nós e que de importante mesmo, mulher,
Só esta que de súbito surgiu?... De certo

Há de me dizer que amanhã é tarde demais
E que muitos outros cavalheiros podem ser
Tudo aquilo que posso ser e não fui atrás,
E que esta é a dama que os olhos pude ver.

Eu tenho uma chance, chance de ser feliz,
Ter uma garota como àquela que'eu quis
Com muitos predicados, e defeitos também,

Ora que digam-me quem não os têm também!
Mas de hoje não passa, eis aqui a poesia,
Promessa sagrada para o meu amor, um dia.

André Ricardo Marques de Souza

domingo, 18 de outubro de 2009

Essa coisa que somos nós

Essa coisa é uma coisa e outra coisa...
Tem várias formas possíveis e às vezes essas formas são invisíveis...
Mas, como pode?.. Ser essa coisa que eclode de dentro mim
E não ter exatamente um nome... Há o que a defina,
Como tento fazer, mas, não sei se exatamente eu poderia
Dar à essa coisa que é em mim e sou eu algo que venha à tona...
É mais de um, várias personas... É o mito que não descuto,
O grito do silêncio mudo, mas, que tanta coisa diz...

Diz-me que eu vá por ali e quando vejo estou lá e ali é lá
E essa coisa permanece sendo Eu... Ou, o que não seria meu também o é...
É o meio e tanta vez me quer, outras não, como se eu
Às vezes não existisse, dormindo acordado no cerne do processo latente
Ao passo de que mesmo inconsciente, ainda é alguma coisa que me define...
Mas um nome?... Ora que não teria, ou, será que haveria,
Eu de dar esse nome?...

Não, eu não sei que nome posso ou devo ou quero dar...
Sei que essa coisa está lá e que sou eu e que não tem nome...
É luz e é Dia, Estrela e Sol, Verdade e mentira...
Mais ou menos um paradoxo que grita o oposto do que alguém pensa ser a verdade... Mas não que dessa vez a verdade seja outra coisa que não ela mesma...
Mas, estou certo, não há quem seja o que eu sou, ninguém é, aliás...
Cada qual sendo o que se leva a gente e se trás para que possamos,
Quem sabe nos entendermos...

Se eu aposto em mim mesmo diria que essa coisa
Que está lá e que me compõe e que me define é um ou outro nome
E que se não apostar por insegurança eu mostro que em mim, o que é,
Não poderia deixar de ser e se chamar André...
A certeza não deve estar presenta no que sempre me pareceu incerto
E é talvez somente isso, um mixto de muita coisa de pouco
E pouca coisa de muito... Eu, sou André...
Mas também poderia ser tudo isso que simplesmente é...

André Ricardo Marques de Souza

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Confesso

Confesso que eu me perdi,
Que já nem sei quem sou
Que tudo que'eu aprendi
De nada vale... Nada restou.

Confesso que se eu sorri
Veio uma lágrima e jorrou
De meus olhos: - Sobrevivi?
Questionei. Ninguém falou

E confessei-me que'existo
Onde tudo aqui se conhece,
E eu não sei se instisto

Em dizer mais nada, esquece!
É apenas uma idéia evocada.
Daqui nada se leva... Nada!

André Ricardo Marques de Souza

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A menina

Se previne do Sol, a pequena menina,
Bronzeada na praia lá perto de casa.
Não é dessas de as diversas esquinas,
O requinte no andar, vai e traspassa

Com jeito e postura, de menina fina.
Quiça namorado tenha, muitos a caça,
E ponho-me a pensar: Será, minha sina?
Compôr a mulher que vem e que passa,

Essa, da tinta e da arte que minha?
Não sei juro. Vou portar-me na linha,
Pois quem sabe um dia, nas estradas

Da vida, sim, do arrebol à alvorada,
Eu possa dizer pra ninguém esquecer:
Conheci quem eu tanto quis conhecer.

André Ricardo Marques de Souza

Intersubjetividade

Pensei no poder haver diálogo verdadeiro.
Mas a nossa consciência, ela transcende,
E vem e volta, interroga e nega, entende
O fenômeno no evento, e o faz por inteiro,

Mas sem sucesso, e insiste, e ele arteiro,
O interlocutor nosso, vem e nos supreende.
Há uma intenção, ora, que não independe
Da razão, vez que se conhece por inteiro...

E Queremos nosso afã de um Ser efetivo
Bastando-nos o que nos apresenta em objetivo
Sem perceber que o que há é a subjetividade,

Mas acima desta, que permite-nos o diálogo,
Que por muita e tanta vez nos é análogo,
Sincero à carnalidade é a intersubjetividade.

André Ricardo Marques de Souza

O Homem é o que é

Não, eu não posso,
E não devo ficar calado.

Pois eu sei o que é vosso.
Sei o que te pertence,
E o que de ti, é parte.

Se tu não vences
É porque nada sabes, destarte,
Há que saber por este
Que , por hora, vos fala.

É de meu interesse
Que'eu possa vir à chamá-lo
E dizer-te: Não cala!

És bem mais do que és.
O ser humano é por Natureza
A certeza e a incerteza
Externada pela viés

Do condicionamento, e até
Que ele conheça a si mesmo,
Ele é o que é e não sabe que é

Anda por aí a esmo
Sem noção do quanto pode,
E vez em quando explode

E desapercebe que é nessa hora
que o instinto e a emoção
Sobrepõe o artifício da razão...

E então, ele se prosta e chora.
Há que se conhecer, penso,
Para que no devir,

Não possa chorar, mas sorrir...

André Ricardo Marques de Souza

Enfim

Eu vou tentar ser cada vez melhor.
Vou tentar pensar mais em nós dois
E não permitir que nada de pior
Seja mais importante do que sois,

Porque és tudo para mim, e depois,
Não penso que exista mais ninguém
Que me complete e me deseje, pois
É assim que se portas. Ora, meu bem

Posso não ser a melhor das pessoas,
E quem sabe não te fazer rir a tôa,
Mas o que'eu sinto, é verdadeiro,

É o meu ser o sendo por inteiro.
Nada que de fato não pertença a mim,
Nada que deixei de ser, mas, enfim...

André Ricardo Marques de Souza

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Vinho Tinto

Sobre o papel e em cada linha,
E falava do que eu sinto,
E o do que eu percebo...

Cor vinho tinto.
E como eu tive medo

Medo de acordar todos os dias
E ver que ali, no papel, não haveria
Mais os versos da poesia

Que dedico sempre à alguem,
Àqueles que eu cativo...

Quiça, venha a ser um livro,
Talvez, nada e nem para ninguém
Mas tão e somente a vontade
De se expressar de verdade

Sem que para isso
Eu tenha o compromisso
De agradar ou desagradar meus bens...

Ahh! As pessoas, coisas, o Universo.
Tudo cabe nestes meus versos.
Insitam a resenha dos fatos.

E não podem ser uma ideologia
Qualquer, mas, deixar rastros
Para que venham a ter um sentido
E, mormente, a idiosincrasia,
Externada do que se possa ter lido...

André Ricardo Marques de Souza

domingo, 6 de setembro de 2009

Saudade?

Você sempre esteve presente
Em os sonhos meus,
Justo porque é realidade.

Não grita,
O eco de saudade.
Os versos, são teus.

O presente, evidencia,
O que o tempo não levara.

Põe na sombra a'ausência.
E é quando então que se depara
O coração com um desses dilemas...

Eu sou...
Por que não sou só eu... Vale a pena?

Agora resta-me então dizer,
Eu não minto, para você,
Que somos nós mais importantes

Do que pensamos a cada instante
Em que dispomo-nos esquecer
Que o'outro realmente existe

Embora o ideal em riste
Seja esse nosso paradoxo triste...

Eu fico feliz,
Em ver você por aqui!
Sei como você é especial...

O quanto me diz
Esse sorriso que é belo em si
E o quanto és alguém sensacional!

Obrigado minha querida!

André Ricardo Marques de Souza

sábado, 29 de agosto de 2009

O amor

Eu sempre soube
Que em verdade nunca houve
Obstáculos para se amar.

Há que se poder tentar.
É natural que a vida tente,
mesmo que em sendo a gente.
A virtude, não há de se alcançar!

Quando se ama, se quer,
Se cuida d'outro. Cuida-se de si,
E, creia-me, haja o que houver
Mesmo chorando, se consegue sorrir.

Você que me lê nesse poema,
Que no palco do amor contracena
Consigo... Lê com carinho esse texto,
Personagem que és em está cena
Da tua vida. De todo um contexto...

Que é perspectiva e representação
Do compromisso teu com a tua emoção,
Ideologia de serem mais felizes, queridos...

Tenta quantas vezes assim for preciso.
Pois só pode se conquistar ou se enganar
Aqueles que ao menos tentam, amigos,
Perceber que está no amor, a arte de amar...

André Ricardo Marques de Souza

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Eles, nós, você e eu.

Não sei se eles nos percebem,
Assim, desse nosso jeito...
Como se nós, par perfeito,
Soubessemos o quanto atrevem
A perceberem-se os efeitos
Que não se perdem ao se olhar.
Jamais, não podem, não devem...

É preciso externar o que sinto.
Que a tua presença, ela é vital,
Que nossos corpos, um tal qual
O'outro, confiam-se, não minto.
Eu percebo que não é por mal
Que a Natureza faz-nos, isto,
Cada um belo, cada um distinto.

Ora, não estaria nos valores
Pequenos que damos as coisas
Que podem em volta existir
O papel que exercemos, atores
Que somos, de outrora ao devir?

Eu sou-lhe tão grato amiga
Por estares por perto, aqui...
Sempre fostes muito bem vinda,
Desde os idos da menina linda
Até essa mulher, gênio forte,
E que tive, de fato, a sorte
De conhecer e reconhecer ainda
Nas várias fases da minha vida.

André Ricardo Marques de Souza

domingo, 16 de agosto de 2009

Teus Olhos

Nestes teus olhos...
Que estrela é esta que brilha?
De qual constelação viera
Esta estrela, tão bela,
Que nos traz às vistas
As mais lindas e singelas
Histórias tuas?...

Contam-te assim, nua,
No que tange esse reflexo
Íntimo e público e sem nexo
Para que não enxerga,
Ou mesmo, não se apega
As mais lindas coisas
Complexas e simples da vida...

Tudo isso interage, querida,
E por vezes eu percebo
Que quanto mais eu te vejo
Menos sinto esse medo
De desejar, e eu desejo
Que brilhe cada vez mais
Esta estrela em teu olhar...

Porque ponho-me a sonhar;
A perceber o infinito
Nesse olhar tão bonito
Que'eu pude encontrar...
Quando olhares para mim,
Não te atrevas a piscar...

André Ricardo Marques de Souza

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O mundo

Despe-te
E tu'alma será leve.

O espelho que se presa
Reflete a imagem límpida
E cristalina de absolutamente nada...

Porque somos mais de um.
Somos o plural do plural do plural,
Do qual de todos, nós somos nenhum.

E se à face, amedrontada,
Vem a vaidade de repente e rapina,
Ora, que bom que'ela não está armada,
Bom, que não sou mais menino...

Aliás,
Há tempos nasci...

O que pertence ao vil,
Se é que se de conta, entre mil
E duas coisas distintas de si

É que não se pertence;
E que mesmo que por segundo pense
Que o mar por mais agitado que ele seja
Não é capaz de observar, que o veja,

O sujeito, será imagem,
Em que pese toda a paisagem
Homográfica que é...

Sinto-me mais leve por hora.
Preciso sentir-me assim, agora,
O mar que me espere,

E o mundo, ele que se altere!

André Ricardo Marques de Souza

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A poesia da vida

Por vezes nos perguntamos
Sobre quem ou o quê amamos.
E as perguntas não parecem ter sentido.

Nada "in concreto" nos responde...
E por vezes, a gente se esconde,
Nos esvaindo, por aí perdidos,

Sem tudo aquilo que esperamos...

E então um mundo novo se abre.
Um mundo onde a idéia que se faz
De tudo aquilo que em verdade apraz

Nos é necessário para viver de verdade!

Uma vida que não se pode controlar
Esta, que não é nem nunca foi realidade,

Pergunto-me sempre: Quem há de parar
De, por um segundo que seja, sonhar?

Este, o combustível que nos abastece.
Que n'outro dia nos tanto enternece,
Ávidos pelo sentimento de esperança...

Penso que o papel da poesia
É preencher-nos e ao nosso dia-a-dia,

E é por isto que eu escrevo
Tentando sonhar-vos no que vejo
De permeio os sentidos subjetivos meus,

Esperando colocar em cada verso esse "Eu"
Que também e, com certeza, sonha muito...

Pelo mundo, esse, de faz-de-contas,
Digos-vos que não existe verdade pronta,
E que o que existe, ora, se é que existe,

É que, sim, podemos ser a mágica,
A nossa de virarmos de súbito a página
Do livro que escrevemos juntos na vida.
Dessa vida que escrevemos no livro,

Artistas que nós somos, da imaginação...

Sem uns aos outros, digo sem receio,
Não existiria eu e tampouco você e o meio
Que nos cerca de razão, mas de emoção

Que bastaria, para sermos o Universo
Em as linhas e entrelinhas do mais terno verso...

André Ricardo Marques de Souza

Aquele dia

Que bonito o nosso primeiro encontro.
Pétalas de rosas pela mesa; luz de velas,
E'eu tímido, mas, lembro-me, pronto
Para amar-te, a mulher das mais belas.

Aquela que'eu sentia. Sabia onde tocar,
E os pássaros em perfeita harmonia
Na riqueza dos seus sons, a cantar,
O que de teus lábios diziam, a sinfonia

Do altar, onde me não sentia sozinho
E esvaia-se o coração meu, o desalinho,
E a alegria de passar com você este dia

Guardou-me na mente o quanto sorrias,
O quanto eu sei que fui e sou importante
Para você, querida, lapidamos diamantes!

André Ricardo Marques de Souza

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Creiam-me

Ora, falam tanto da alma
E'eu a entendo, como essência,
E defendo com veemência,
Convicto, e com tinta à palma,

Que de a'alma mesmo, seja
O paradigma do bem, e do mal,
Que reside com ou sem aval
Em nós... E que lá esteja

Não sem um porquê de Ser.
E não é difícil de se entender
Que não existe também o destino,

E que o presente é o agora
Que há tempos idos fôra outrora,
E, isso, creiam-me, sei desde menino!

André Ricardo Marques de Souza

Sonho e paixão

Presunção, ora, essa, a minha...
Querer ter alguém que eu não tinha!
Mas a paixão como o sonho seria?
Como se tudo aquilo que'eu queria
Tivesse de estar em o meu caminho.

Seria o vício de minha idéia pronta.
E'embora só, o que me nada conta
Na atual conjuntura de a realidade?
Não... Se apresenta como a verdade
Que'eu possuí, embora à cabeça tonta.

Mas, bem mais do que isso, penso eu,
Seria ter tudo aquilo que não é meu
E que somente a mim me pertence...
E que de fato é querer um nonsense
Lógico, sem que fosse um desejo teu.

Perdôa-me esse lapso de inteligência
Que me rouba o sono e a paciência,
Mas que me apraz não sei dizer porquê.
Não fosse quem tu és... Não fosse você,
Idéia fixa do bem querer, falta de ausência,

Eu teria terminado sequer de escrever.
E por outro lado, tudo que'eu pudesse ler,
Ou, o que me viesse de pronto à mente,
Não seria você um sonho, e tão e somente,
Seria eu, qualquer paixão que se pudesse ter.

André Ricardo Marques de Souza

sábado, 1 de agosto de 2009

Vai...

à uma desconhecida

Vai...
Segue em frente
E me não notas, não percebes...

Este, que te escreve,
É o recôndito de o ventre
Que quase, e porque não dizer sempre

Desapercebe um verso.
E'eu confesso que é a derrocada...

Vai...
E não pensas em mais nada!
Pois que por hora, ora, eu te peço

Para não serdes
A extrema unção e morta
Composição minha sobre tu...

Esta que te guarda à entrelinha
De todas as letras tortas
Que te deram forma e vida...

Vai...
E não supões
Que a vanguarda enternecida

Da arte dos meus livros,
E do boato que aos ouvidos
Corre, sempre cheio de saudade

Vá dizer-te: Transmuda-se em verdade!

Vai...
Eis o calo de minhas mãos...

Penso que de verão à verão,
Muitos versos serão esquecidos por mim,
E como é sabido, outros virão e serão

A dialética entre o artista e o objeto.
Sim, assim é a obra, do Ser, o completo,
Incompleto quando não se entende parte

Do que não pertence ao poeta.

Vai...
E não voltas mais!
Pois que não seria correto

Compôr-te sem ter o que brindar...
E serias então e apenas mais alguma,
Ou somente mais uma que se não pode enxergar...

André Ricardo Marques de Souza

sábado, 25 de julho de 2009

Teu desabafo

Não, não são todos que podem de ti cuidar,
Mas esse ritual de todas as noites tuas
Em que me confessastes por vezes observar
A beleza encantadora real e ideal da Lua,

É o sorriso manifesto e a lágrima no olhar,
Do andar descalço pelo deserto das ruas.
Que no palco, iluminado, põe-se a brilhar
Ora coberta de frio, ora despida e a'alma nua.

Podes supôr que ela está longe, dizer que está,
Que de qualquer maneira a Lua, ela está lá
E quer queira eu ou você, princesa minha,

Há que surgir diante de ti, amor, o caminho
Que vai te levar para o recôndito do espaço
Intrínseco em ti, sideral... Teus desabafo!...

André Ricardo Marques de Souza

domingo, 19 de julho de 2009

Eu espero

Os minutos que se passam
Por vezes são horas ou dias...

Tempos que pelos dedos escapam
Tal qual é a eternidade fria
Que pouco se sabe dela.

Mas, de fato, o que seria
Este tempo que não se acaba.
Este tempo que tanto me vela
Que por dias a fio me indaga

Sobre o meu amor?...

A ausência tua me é a dor
Que eu não esperava vir a ser.
E então, eu me ponho a escrever...

Cada letra que venha a traduzir
Essa falta de você e o ir e vir.

E então o tempo é mais nada.
Estás do meu lado querida.
Mas o pranto me não acaba...

Pois apesar de te sentir,
Eu, cá em a minha morada,
penso beijar-lhe, quiça, no devir,

Levar-lhe uma flor!...

André Ricardo Marques de Souza

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Foi um prazer

Foi um prazer;
Um prazer conhecer você.

Você que me trouxe a alegria
De por alguns que fossem os dias
Sorrir um pouco mais.

Foi um prazer,
Mas, já me não é mais? Não!

E tudo se transforma querida!
E um sorriso de repente vira lágrima.
E voltar a sorrir talvez seja página virada.

Mas sentimentos como a saudade,
A esperança e a essa felicidade contida
Podem-me ser você - entendes? -
Você que passou em a minha vida.

Foi um prazer,
Saber, que você existe.

Que quando eu me entender triste,
Vou me pôr a olhar para estes versos
E ver o quanto é grande o Universo,

E que você está lá, em algum lugar,
Sendo feliz porque você merece ser,
Mesmo que sem mim.

Porque tem tanta gente a te amar,
Tanta gente que não há de te esquecer,
Como eu, enfim...

Mais uma vez
Eu digo para você
Que, de fato, foi um prazer!...

André Ricardo Marques de Souza

domingo, 12 de julho de 2009

A conhecer?

I

Somente sabe que eu sou quem me conhece.
Mas ponho-me a pensar se há quem o faça
Com o primor e a dedicação que isto merece
Para descobrir adiante ser não mais que farsa.

Não que se possa dizer que a intenção esquece
Ou não percebe ser posível, implacável caça,
Essa, que coexiste conosco. Mal nos apetece
Entender-mo-nos e, ora, que dira outra raça!

Façamos distinção e por que não?... Nada é igual,
Somos todos diferentes mesmo sendo a moral
Contingente no espaço e tempo de um contexto

Que não determina nada. Eis-me frente ao texto
Que faz-me querer relativisar o mundo que vivo
Dandodo-lhe novos horizontes, novos sentidos!

II

Digo que para conhecer a si mesmo não há como
Dada a alienação presente no seio do ser humano,
Que pensa por instantes de si mesmo ser dono
E que por vezes não entende-se um ledo engano.

Outros?... Se não se mora nem mesmo em sono,
Como despertar para o seja inevitável, o dano
De se enganar sem se querer nesse nosso abono?...
Tentar responder por tudo aqulo que nos é insano.

Se por ventura eu me encontrar por aí, perdido,
Não tentes me encontrar. Deixa-me esquecido
Mas não deixe de pelo menos tentar-me lembrar

De que cada gesto de querer, de súbito, encontrar
Algo ou alguém que me dê a devida importância.
Às vezes só nos resta é gritar em última instância!

André Ricardo Marques de Souza

sábado, 11 de julho de 2009

Eu tentei

Eu tentei, criei espectativas sobre você.
Imaginei que fosse possível o impossível
E por mais que tudo parecesse incrível
Não sei o quê, ora, pôs-se tudo a perder.

Mas penso que nada o é sem um porquê,
Nada que se passe pela gente, insensível.
E se é que se pode dizer algo, o dizível
Sobre o amor, diria eu, basta compreender.

Espero que eu não me culpe por tentar
E tentar mais uma vez e acabar por errar.
A vida é assim mesmo. Início, meio e fim.

Por mais que se goste de alguém especial,
Esse alguém que me não faz algum mal
Acaba por vir a ficar a deriva e ou sem mim!

André Ricardo Marques de Souza

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Venceste

Vê?... Como tu és muito especial?
Ainda que penses por ventura que não!
No passado, penso que seria seria em vão

Essas letras... Não sabia quem és!
Sobre essa essênsia de menina, mulher!

Sendo a essência tua e como, feminina.
Ainda assim eu sabia, como é bom
Adentro de mim saber-te heroína

Lembrando-me das palavras, cada tom
Meio tímido que me fizera melhor
Em meio àqueles que sabiam ser o pior.
I'nda que não soubessem o que Ser...

Diante da saudade, a ver a realidade,
As controvérsias da vida... Venceste querida!

André Ricardo Marques de Souza

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Você é especial

Pela primeira vez, eis,
Ao olhar tímido, o pranto.
Tanto e puro... Talvez,
Riso, sorriso contido, o encanto!

I'nda que sendo assim,
Conquanto, tu és, para mim,
Ideologia, que se não fosse tanto

Ahh ! Eu de fato não sei...

Minha querida, eu, enfim,
Indo de encontro à entender
Gente como tu, serei a paixão...

Um discípulo... Aprendiz...
Em que pese minha, a emoção.

Logo, eu sei, o coração nos diz !

André Ricardo Marques de Souza

terça-feira, 7 de julho de 2009

Amiga minha

Minha nova amiga, como eu te amo!
Essa tua ausência... Quanta saudade!
E eu que não sabia bem e de verdade
O cerne do entender-se em o engano,

De não lembrar que eu, sou humano;
Porque sempre viva em intensidade
Tu fostes minha verdadeira amizade,
Que não encontrei aos pares levianos

No decurso da vida... Meu carinho terno,
A brisa de verão e o abraço de inverno.
Eu, sou-lhe grato por cada palavra dita,

Pelo silêncio... Minha querida reflitas
Que não há quê por ventura se entenda
Melhor que tu, amiga minha. Lembra?

André Ricardo Marques de Souza

Um poema para você

Não pense que vais fugir deste
Que vos fala e que não é importante
Para muitos, mas sabe que é neste
Poema que vai fazer-te a amante,

Amada, não por eles; e no instante
Em que olhares ao derredor, é este
Singelo texto que farás que durante
As reflexões suas, um alguém fez-te

A mais importante de as garotas
E creia-me que não haverão outras
Que sejam tão especiais como você,

Basta olhares para si mesma e ver...
Muito obrigado por seres alegria
E por me fazeres mais feliz a cada dia!

André Ricardo Marques de Souza

sábado, 4 de julho de 2009

Promessa cumprida

Confesso-te me surpreender contigo.
Surgiste em minha vida tão de repente
E em face de tua alegria, mormente,
Pela presença de teu espírito, te digo:

Componho-te, por hora, amada amiga,
Na companhia de tanta e quanta gente.
Não sabem quem tu és, são somente
Pessoas comuns, tantas que há na vida!

Com efeito, eu sinto muito a falta tua.
De todos que cá estão, me interessa a Lua,
Que lembra-te, em esta noite, mais bela,

N'uma constante crescente que vela
Meus sonhos, e como estou a te compôr,
Sorria querida. Promessa cumprida, amor!

André Ricardo Marques de Souza

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Em busca de paz

Perdoe-me tu pela minha intolerância;
Pela falta de maturidade e paciência
Que me não julga pela a aparência,
Sim, passível enquanto a ignorância

Quando ao refletir sobre a distância
Ponho-me a questionar as evidências
Do ideal meu e de toda uma carência
Dado os desafetos desde a infância...

É como não digerir a minha realidade
Na ânsia de que somente a liberdade
Há que me trazer um pouco dessa paz,

Que tanto se fala e, acontece, faz
Com que as coisas sejam diferentes.
Perdoe-me se eu andei por aí ausente.

André Ricardo Marques de Souza

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O beijo

Como é bonita essa nossa história;
Lembrar do sabor do nosso beijo.
O desejo se me não falha a memória
De estarmos juntos no tempo mesmo,

Como quando jovens em dedicatória
Se prometem em o que assim seja
Puro e seguros de suas retóricas
Enquanto apaixonados tal o cortejo.

O que se sente nos lábios e coração
Não há palavras que digam... Não!
É mais que paixão súbita, sonhado,

Ora, beijar-te fôra perder o medo,
Desvendar nossos íntimos segredos,
E saber-te para sempre ao meu lado...

André Ricardo Marques de Souza e Vanessa Almeida

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Tempo para amar

Penso em se tenho tempo para amar
E se esse tempo é mesmo tempo real,
Real de ser amor, o meu amor leal,
Onde se cabe existir e ser o que há,

Sem ter que parar para perguntar
O porquê desse amor tão e ideal
Que vive mesmo não sendo tal qual
Eu esperava. Sim, eu preciso pensar,

Pensar que é distante mas constante;
Que me resta de a amada a amante,
Que suas palavras, todas em silêncio,

Coexistem no seio de sua ambivalência.
De serem o que me não demonstram ser...
Serem amor de verdade, amor pra valer.

André Ricardo Marques de Souza

Cumplicidade

Você talvez não sabes a tua importância,
Nessa, lembrança agora e tão insegura,
Que não cessa as suas buscas, e procura
Por tudo que é é terno em minha infância.

É quando percebo-te em alguma instância
Desse querer meu de trasmudar o futuro
Sentimento que outrora fôra porto seguro
E que hoje o é, em parte, a distância

Que separa caminhos a serem seguidos,
Dos quais se devem ser relembrados
E, por conseguinte, serem escolhidos...

Com bastante cautela para serem vividos
Novamente pelo que representaram ser...
Espero que saibas que em mim, existe você!

André Ricardo Marques de Souza

terça-feira, 23 de junho de 2009

Meu primeiro amor

Você foi e é o meu primeiro amor, querida;
Que de súbito e com carinho me veio à mente.
A lembrança que tanto se quer e se sente,
E Que não, não se pode entender esquecida.

Pensamento que se faz essencial que se diga
Porque vez que não existe, e tão e somente,
Como em sendo a valoração enquanto semente
De um querer, tão pudico, de toda uma vida...

Se planta, sem querer se plantar, e se basta,
E no decurso da existência não mais afasta.
É o instante qualquer que seja em a essência

Minha que por hora te compõe; a tendência
Manefesta nas linhas e entrelinhas do amor
Inocente, e sim eu te amo sejá lá como for...

André Ricardo Marques de Souza

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Pensamento

Distinta essa idéia e sem emoção.
Sem ideologia, e somente o que é,
A fome e a sede do braço da razão
De ser pensamento. Algum qualquer.

Sonho esse que se dá por ladrão
E quiça pense, e que o convier
Entendendo-me outro, ora, que não
Eu que sonhar, não, nem mais quer.

Que sejas por hora um devaneio
Vazio de sentido, mas que eu creio
Porque sou exatamente o que sou,

Corpo e mente, somente um ator,
Que seja lá qual dessas peças for
Representa o papel, o qual pensou.

André Ricardo Marques de Souza

Romantismo

Que culpa tenho de nascer e ser romântico;
De entender as mulheres enquanto femininas
E a essência mesma de uma rosa que de tão delicada
E frágil é a própria sensibilidade de suas pétalas....

Que culpa tenho eu se teus cravos, os da rosa,
Da mulher de verso e prosa, as defendem e,
Que elas, mulheres nem sequer se entendem
Altas, divas...

As mulheres, as que estão vivas,
São minha maior paixão....
Está nos olhos delas delas, na face emoldurada,
Na resposta pronta e bradada aos ouvidos tímidos
Dos amantes que por vezes as cercam
Sem saber dizer nada, a não ser silenciar
E vislumbrar em si todo o amor que se há...

Para estas, guarda a Filosofia, profundo mistério,
Tanto e quanto seja sério para se estudar e estudar
E aprender que não há que se parar de estudá-las...
As mulheres são a sabedoria que feminina,
Sophia, espera ser desvendada...

André Ricardo Marques de Souza

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A parafrase do ego

Por que não posso ser criteriosamente eu?
Que sinceridade seria mais sincera senão a de mim para comigo mesmo?
Que liberdade maior de poder expressar-me e ao que é meu?
As minhas palavras são as entrelinhas de um épico a esmo
E de fato o esteriótipo da estética sócio-cultural me pertence...

O que é normal?... A força minha que desmistifica e vence
A dialética da incerteza... Do talvez isso e ou talvez aquilo.
O meu caminho é sempre em frente, por vezes mais que tranquilo.
E minha imagem tal qual a de Édipo, é, e como, a minha imagem,
Tal qual em mim reside toda a constância de uma coragem

Da convenção do ego, das personas... Não, eu não ei de ouvi-lo !
Pois que minha vida é bastante e única para lamentos
E toda a inconstância súbita que houver serão breves momentos,
Mantendo-me, eu, em riste, tal e qual quando se assiste
A evolução desta, a minha vida, sempre adiante,
Carregando no "semblante" o suor de cada instante...

Eu sou o que sou, nem melhor, nem pior... Apenas, sou Eu !!

André Ricardo Marques de Souza

sexta-feira, 29 de maio de 2009

O sujeito

O que vejo nos olhos dos outros
Pouco me importa e me tira o sono.
Não é tudo mas com certeza e tampouco
Tem na lágrima, verdadeiro dono...

E se não é tudo, também não é pouco.
Corrói por dentro, invade, e como!
A lógica de a razão de um louco,
Que é normal, e para mim eu tomo

A Imposição moral, eu, algoz e vítima
Do que eu vejo, a verdade legítima
Que não existe senão para mim mesmo.

E se for eu mesmo calcular a esmo
Que para saber ao certo a dimenção
Eu não feche os olhos e diga-me, não!

André Ricardo Marques de Souza

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Sexo

O sexo, é do instindo toda a beleza
A limpeza dos poros e o bailar do corpo
Que se enxerga entrelaçado ao outro
Na simetria do bem estar da Natureza.

É encaixe perfeito, sentidos, incerteza...
E sentir-se vivo e nunca em vida, morto,
Por tanta vez, ou quase sempre solto
Despido de vestes, conceitos, defesas...

Há sempre neste, o sexo, uma surpresa,
Como a sensação de conforto, desconforto,
Uma ambivalência que sempre foi nosso porto,

O porto das personas transnudado na certeza
De que à nós, atores, o prazer é pouco,
E concebe-se que no sexo, nós, somos loucos...

André Ricardo Marques de Souza

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Confissão

Não querida, não hei de incomodar,
Não nesse momento, não por agora.
Eu, sei exatamente te enxergar
E sei quando partir, ir embora...

Mas eu volto, volto à lhe implorar
O carinho, a ternura, e por hora
Lhe digo que sempre que encontrar
Comigo por todo esse mundo afora

Saiba que nem todos os encontros
Fazem parte de um relacionamento.
A vida, é feita de desencontros;

É feita de vários de os momentos
Onde somos lembranças e verdade
E onde esquecemos mesmo a saudade.

André Ricardo Marques de Souza

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mais Feliz

Seu sorriso é daquele, estonteante.
Embriaga as idéias, toda a minha utopia.
Cada traço suave de teu semblante
De menina que tu já foste um dia,

É lapidado tal qual é raro um diamante.
Não, eu não sei de que de mim seria
Se eu eu não pudesse dizer como amante
O quanto eu amo-te, sim, querida minha.

E não sendo raro me lembrar de tua face
Pus-me a compôr-te passo-a-passo em arte
Para me não esqucer de tua lembrança,

E é todo esse sentimento de esperança
De que teu sorriso que nada tem de atriz
Que me fará por segundo que seja mais feliz!...

André Ricardo Marques de Souza

domingo, 19 de abril de 2009

Eu me amarei

Coloquei-te nos píncaros
E se me não minto,
Fostes mais do que eu.

E me não anda à memória
Que nessa nossa história
Fosse por instantes teu.

E se tudo que'eu sinto,
Ou sentia já não mais sei,
É o que de fazer, terei,

Eu digo-te quão distinto
No espelho vejo-me e verei,
Pois, por hora, me amarei...

André Ricardo Marques de Souza

sábado, 4 de abril de 2009

Mesmo que dista, completa versos meus

Procurei os poetas,
O que escreviam, seus versos,
O que é de simples, puro e belo...

Como no princípio.
Que a nós fizesse sorrir,
Que trouxesse esperança
Para conceder-te esta dança
Enquanto estáis por aqui.
Todos os dias...

O que seria de nós dois
Não fossemos "loucos"músicos,
Poetas, de tudo um pouco?

Tolo daquele que parece que é,
Mas, de facto, está a ser sendo.
Não enxerga a direção do vento.
Quando se chega ao topo,
Só nos resta, descer.
E então, que é o tempo?

A vida nos dá e leva os momentos.
Mas sei persistir.
Sei também fazer uma lágrima cair;
Despencar de contentamento.

Na madrugada,
No raiar de um novo dia.
Eu estarei aqui...

Que n'um futuro, não remoto,
Estejas também a compôr poesias,
A harmonia da Natureza,
Harmonia...
Feliz por achar alguns versos,
Que sirvam para animar teus dias...

André Ricardo Marques de Souza

sábado, 28 de março de 2009

O único

Sempre que olhares
Para trás, eu estarei
Bem no centro da psique tua,
Tresloucada,
Tal qual de todos.

Mas não serei eu
Tão e somente mais um,
Mas o único a velaro teu sono, teus sonhos...
E na aurora a espera
De mais uma lida.

Se isso não for vida
Ou paixão que já nei sei
Mesmo assim inventarei
Uma forma de alcançar o amor.
Teu...

A saudade intensa tua
Na angustia da ausência,
É a caricatura do carente
Que de pouco em pouco sente
Que dentro da mente tua
Reside, artista...

André Ricardo Marques de Souza

domingo, 15 de março de 2009

As aparentes aparências

Eu me não mostro na realidade, o que é real,
Sou uma gama de másacaras que não eu.
Mas o sonho de vir a ser eu mesmo é tal
Que só a mim pertence se completa, é meu!

Não há quem possa deixar de ser o que é.
Os olhos, o corpo e o que é nosso, entrega
O que somos, armados porque assim se quer,
E é essa defesa, normal, que incita a queda.

Nas profundezas das quimeras asprendemos
O quão e tão pouco de nós mesmos sabemos
Mas o objetivo é sempre aquele de conquistar

O possível e o impossível em a nossa solidão
Interior, o que parce, desparece e é então
Que o que nos completa e ao ser, é amar...

André Ricardo Mraques de Souza

sábado, 14 de março de 2009

A princesa e o lago

Aqui desse lado, desse lago
Eu sei que eu pude te sentir
Não sei se este foi meu fardo
Nem se por ele sofro ou sofri,

Mas sei do outro lado do mundo
Onde se esconde meu grande amor,
Não haverão versos tão profundos
Como é o lago, o céu e sua cor

Pele suave, e sorriso singelo,
As mãos quentes e húmidas, o belo,
Que eu não pude vir a conhecer

E tampouco e sequer entender
A princesa que tanto quis um dia
Que fosse minha, ninguém mais teria.

André Ricardo Marques de Souza

sábado, 7 de março de 2009

Eu comigo mesmo

Cada guerra tem seu preço,
Cada qual, seu endereço,
A do homem, o começo.

Cada efeito é sua causa.
Quem sou eu? Eu não esqueço!

Sou a mosca e a formiga.
Do intestino, sou lombriga,

O espaço já sem tempo,
Cada instante dos momentos
Onde sou a minha vida!

Quem não vive em convenção?

Alimento-me de feridas.
Nessa minha ida e vinda
Pois que sou, proposição...

De vício e o recomeço
Da lógica à oração!

Eu amo paradoxos!
Porque assim me não esqueço:
Sou humano, Ser humano
A querer viver do engano.

Eis o subterfúgio, o plano...

André Ricardo Marques de Souza

quinta-feira, 5 de março de 2009

Você e eu

Quando o mar se encontra em calmaria
A lua repousa plena e no Universo
E eu não sei de que de mim seria
Se por algum motivo estivesse submerso

Sem ter o ar pra respirar, quem diria
À tu que eu era o sol e não o inverso,
Da palavra muda que nada diz, agonia
De sentir-se astro, o rei disperso

Nos momentos certos, saberas quem sou,
De onde venho e, contigo, para onde vou.
Não nego-lhe o julgamento da imperfeição

Da natureza, mas quando olhares então
Para o céu, não entendas o que se perdeu,
Mas, perceba que é nele que estarei eu...

André Ricardo Marques de Souza

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Do sonho à realidade

Eu sempre sonhei com você, mulher dos sonhos meus.
Neles, eu te queria saber como eras, assim como eu
Sou, mas quem há de poder prever nossas realidades?
Quem há de viver sempre da quimera prória, saudades?
Então, súbito tu entrastes na minha vida... Apareceu

Cheia de ideologias contrárias as minhas, pudica
Ao mesmo tempo... Parecia perceber o quão somos ricos
De sentimentos semelhantes em o erro e em o acerto,
Dois mestres de si mesmo, alunos, vez eu me perco
A pensar e lembrar do que pus-me a sonhar... Fica!

Agora que principiamos essa nossa jornada de alegria
E de dor, dessa dualidade constante de todos os dias,
Sejas, agora, minha mulher porque é o que eu quero.
Eu prometi à mim, decidi, o inconsciente aos berros
E você, mesmo distante, estava ali, como não seria

Possível entender que não há destino. Há momentos
Em que, de fato, construimos essa norma dos ventos
Que vão e que vem... Eis aqui o nosso princípio
Que me não abstenho de fazer do mesmo nosso vício,
O nosso presente, a nossa casa, os nossos intentos.

Eu e você, homem e mulher, nós dois a se gostar...
Sim, eu vou te buscar´, e no futuro remoto esposar
Você querida, pois o que era sonho não mais o é,
E nada mais me importa senão querer o que se quer.
Do sonho à realidade. Nós dois se aprendendo a amar.

André Ricardo Marques de Souza

sábado, 14 de fevereiro de 2009

O mágico

A mágica, devemos lembrar,
É uma arte que requer colaboração
Entre o artista e seu público..

O "mágico" nos faz enxergar
Tudo aquilo que entendíamos ser impossível...
Fomenta sentimentos que não desejaríamos
Ter pela objetividade e que temos,
Em demasia, processo latente,
No íntimo de nós mesmos,
A subjetivamente...

É o que ao olhar apraz...
A condição de se querer ter o "poder"
Que se pode factualmente,
Naquele instante, sem tirar nem pôr,
Como se o que não fosse posível,
O é de imediato...

Então essa "relação",
De carater vez factual, vez utópico,
Paradoxal, nos permite emergir
Do impossível ao possível
E isto, nos traz uma sensação
De prazer e ou de esperança
Que nada e nem ninguém nos pode tirar,
Não naquele instante,
Não naquele "espetáculo"...

André Ricardo Marques de Souza

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O Primeiro Dia

A minha história, ela começa agora.
O carioca, o boêmio sempre vivo,
O qual nunca fora repreendido,
Hoje, ele, não mais chora...

Vive com medo e tanta vez implora
Para que não seja, o perseguido
Pelo passado... O séquito seguido
De um Homem pelo passar das horas.

Eu sou o presente, gélido, frio,
Que anda pelas encostas dos rios
Para não se molhar e observar

A Natureza num tenro desabrochar
Para a vida... Sim esse sou eu
Dia em que este que vos fala, nasceu!

André Ricardo Marques de Souza

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

História de Amor

Quando a conheci
Fora o primeiro dia
De toda minha vida...

Quando te entendi sorrir
Sim, ora, eu já sabia
Que me eras a percebida

Em minha utopia, meu devir.
Nem sequer me parecia
Outra que fosse, querida...

Hoje enxergo toda a luz
Por trás de a lua...
Um paradoxo bi-polar em suma,

Quiça, não seja esta a cruz,
Porque a presença tua,
Não se troca por nenhuma...

André Ricardo Marques de Souza

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Uma decisão

Desde o primeiro dia em que te vi,
Tanta incerteza e paixão em volta
De mim, que por hora quase esqueci
O quanto de ti guarda-se em escolta!

Meus pensamentos são, a pura emoção
De te ter conhecido. Quem sabe perdido
Para um qualquer, que seja, condição
Qualquer... Eu me não dou por vencido!

Um dia fiz uma promessa à mim mesmo,
Que não seriam as consortes à esmo
Que levariam a mulher de meus sonhos.

Eu sou, em verdade, tudo que proponho
À ti, sem deixar de ser, por ou tirar.
Quando olhares pra trás, eu, estarei lá!

André Ricardo Marques de Souza

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Desabafo

Que fiz eu, que o tempo e o espaço emudeceu
Teu sorriso e o capasso de quando eras tu mesma.
Se fiz algo, tenha certeza de que não fui eu,
É como não ser e estar sendo o que quer que seja...

Eu, meu amor, suplico-te erguendo à mão uma flor
Que simboliza o perdão, a dor, de quem não esquece,
E tudo mais que à vista me aparece. O que for
Necessário à que, com efeito, a paixão que tu merece,

Não seja mais tudo quilo que passou e passou em vão.
Sei que não são rosas nem o perdão que te trará de volta,
Mas a entrelinha de cada palavra que foi dita e não

O que é objetivo, aquilo que nos permeia com escolta
E não entende o lado subjetivo de se estender a mão
Esperando, mesmo que tardio, não mais a mão que se solta...

André Ricardo Marques de Souza

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Amor próprio

Olhar para o céu, é, em verdade,
Perceber que se não pode mais subir
Só há como descer, a autenticidade
De ser o que se pode Ser, sentir...

Um soneto, é toda uma vida em versos,
Soltos, rimados, em a métrica, o é
Porque tem de ser, quiça o inverso
Não seria o sorriso absorto, quer

Na realidade, utopia e ou o ideal...
A consciência infere o inverso abissal
Como sendo nosso inimigo, e do saber,

Esse que não é viável sem se querer,
Que torna artificial nossa essência
Se não bem cuidado. É a bem querência...

André Ricardo Marques de Souza

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Andréia

Ama pois e seja tão bem amada.
Nele, o amor, pousa a tua morada
De magia, beleza e encantamento
Raro... Diz-me o que tu sente
É o recôndito de teu sentimento,
Intróito de mim mesmo presente,
Ao passo de compor-te, para sempre.

A estrada

È muita estrada e muio pouco chão.
Perseverânça a minha introvertida
Tão distante que enxerga à visão
Meu amor platônico, minha vida.

Sou coadjuvante do toque de tua mão,
Assim, se me não houverem investidas,
O sentido se perde, perde-se a emoção.
Mas é fatal, perderei-me em recaida.

Eu hei de te encontrar, minha querida
E te entregar a terra, o céu e o mar,
E os elementos que venham a faltar.

Porque sentir a minha e a tua vida,
Juntas, e duas em uma, somente...
É querer-te no altar, simplesmente.

André Ricardo Marques de Souza

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Paradoxos

Em meus olhos há muita fumaça
E tudo que à vista embaça
Vai e passa... E passa...

É o que não era. Não deixou de ser.
Nunca vi em minha frente acontecer.
Estava cego... Ser ou não ser?...

É o plágio contemplado pelo cego.
É com ciência que me apego...
Pois sou cético, eclético, não nego!

Enquanto aquilo que tudo quer, o é,
Perde-se na transcendência do que quer.
É um desse paradoxos quaisquer!...

André Ricardo Marques de Souza

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ironia a do destino

Eis que minha máquina fotografa o mar
E uma linda garota à mim sorrindo
Para mim todo lindo é bem vindo...
Que dizer do feio... Que lá não está?

Mas o meu medo é não mais encontrar
A garota e o sorriso neste infindo
Lugar de terra, céu e mar decobrindo
Que quem estava na foto, não está lá...

Qual será, que me digam, a verdade
Senão a de que mais cedo ou mais tarde
Verei a mais verdadeira indecência,

Ou, o amor que sinto sem sua essência?
Que ironia a do destino vejam vocês.
Hoje sou eu, e amanhã, tua vez...

André Ricardo Marques de Souza

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Teu sorriso

Eu olho bem para você
E esse sorriso teu tão lindo.
Penso que deves de fato saber
O quanto a vida é bela... Sorrindo!

Não conte teu segredo aqui findo
Pois as pessoas vão sim querer
Tê-lo e não serás tão mais bem-vinda...
A paixão em teus lábios é de se perceber!

O por quê dessa minha dialética?
Falando contigo? É porque sou cético,
E demais, ao ponto de prever o futuro

com minha, percepção, desse sorriso puro
Que tens... Devo ser somente mais um,
Mas especial, eu sei, não mais algum...

André Ricardo Marques de Souza

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Esse mundo

O mundo não é como eu sonhei.
Ele é repleto de incongruências,
Contrastes sociais, ele tem reis...
Mas que importância tem a essência

Sua, a do mundo, se eu abdiquei
Do trono, não pela incompetência
Mas para poder ser livre e eu hei
De ser eu mesmo, em condescendência?

Jamais, transigir por comprazer
Não faz parte de o meu bem querer,
Mas por herança, creio, genética

Onde minha consciência cética
Não determina nada, só observa
À inferir que esse mundo, é uma merda!

André Ricardo Marques de Souza

Retorno

Vai e toma essa calçada como tua
Embora não seja meu esse teu amor
Vai e pousa sob estrelas e a lua
Plantada ao solo como uma flor

Porque um dia passarei por essa rua
E o céu, azul, despontando em cor
Vai mostrar-me, tu, e a essência nua
Do prazer de rever-te sem mais a dor

Que de súbito tomou-me outrora
Com as vestes de minha incerteza
Que não mais me pertence agora

E à casa voltarás, um brinde à mesa,
Porque o poema que recito por hora
É sincero, ternura e delicadeza...

André Ricardo Marques de Souza

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Segurança?

Que mistério existe nesse, o Universo?
Que é mesmo aparente, quando se não sente?
Que reflexão, essa, que cada um verso
De uma utopia minha, me parece que mente?

Não existe segurança e sim o inverso,
Quando colhida no devir a semente
Da inquietude da consciência... Certo?
Nada no Todo o é invariavelmente...

O que eu quis que fosse certo outrora
Me já não mais é, e sinto que por hora,
Onde pensa Humano, o Ser, das incertezas,

O que abduz de si mesmo e por Natureza,
Que a alternativa que então lhe resta
Seja brindar, sem motivo algum para festa!...

André Ricardo Marques de Souza