sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Paradoxos

Em meus olhos há muita fumaça
E tudo que à vista embaça
Vai e passa... E passa...

É o que não era. Não deixou de ser.
Nunca vi em minha frente acontecer.
Estava cego... Ser ou não ser?...

É o plágio contemplado pelo cego.
É com ciência que me apego...
Pois sou cético, eclético, não nego!

Enquanto aquilo que tudo quer, o é,
Perde-se na transcendência do que quer.
É um desse paradoxos quaisquer!...

André Ricardo Marques de Souza

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ironia a do destino

Eis que minha máquina fotografa o mar
E uma linda garota à mim sorrindo
Para mim todo lindo é bem vindo...
Que dizer do feio... Que lá não está?

Mas o meu medo é não mais encontrar
A garota e o sorriso neste infindo
Lugar de terra, céu e mar decobrindo
Que quem estava na foto, não está lá...

Qual será, que me digam, a verdade
Senão a de que mais cedo ou mais tarde
Verei a mais verdadeira indecência,

Ou, o amor que sinto sem sua essência?
Que ironia a do destino vejam vocês.
Hoje sou eu, e amanhã, tua vez...

André Ricardo Marques de Souza

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Teu sorriso

Eu olho bem para você
E esse sorriso teu tão lindo.
Penso que deves de fato saber
O quanto a vida é bela... Sorrindo!

Não conte teu segredo aqui findo
Pois as pessoas vão sim querer
Tê-lo e não serás tão mais bem-vinda...
A paixão em teus lábios é de se perceber!

O por quê dessa minha dialética?
Falando contigo? É porque sou cético,
E demais, ao ponto de prever o futuro

com minha, percepção, desse sorriso puro
Que tens... Devo ser somente mais um,
Mas especial, eu sei, não mais algum...

André Ricardo Marques de Souza

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Esse mundo

O mundo não é como eu sonhei.
Ele é repleto de incongruências,
Contrastes sociais, ele tem reis...
Mas que importância tem a essência

Sua, a do mundo, se eu abdiquei
Do trono, não pela incompetência
Mas para poder ser livre e eu hei
De ser eu mesmo, em condescendência?

Jamais, transigir por comprazer
Não faz parte de o meu bem querer,
Mas por herança, creio, genética

Onde minha consciência cética
Não determina nada, só observa
À inferir que esse mundo, é uma merda!

André Ricardo Marques de Souza

Retorno

Vai e toma essa calçada como tua
Embora não seja meu esse teu amor
Vai e pousa sob estrelas e a lua
Plantada ao solo como uma flor

Porque um dia passarei por essa rua
E o céu, azul, despontando em cor
Vai mostrar-me, tu, e a essência nua
Do prazer de rever-te sem mais a dor

Que de súbito tomou-me outrora
Com as vestes de minha incerteza
Que não mais me pertence agora

E à casa voltarás, um brinde à mesa,
Porque o poema que recito por hora
É sincero, ternura e delicadeza...

André Ricardo Marques de Souza

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Segurança?

Que mistério existe nesse, o Universo?
Que é mesmo aparente, quando se não sente?
Que reflexão, essa, que cada um verso
De uma utopia minha, me parece que mente?

Não existe segurança e sim o inverso,
Quando colhida no devir a semente
Da inquietude da consciência... Certo?
Nada no Todo o é invariavelmente...

O que eu quis que fosse certo outrora
Me já não mais é, e sinto que por hora,
Onde pensa Humano, o Ser, das incertezas,

O que abduz de si mesmo e por Natureza,
Que a alternativa que então lhe resta
Seja brindar, sem motivo algum para festa!...

André Ricardo Marques de Souza